Máxima dos movimentos ambientalistas em todo o mundo, o conceito “pensar global, agir local” encadeou em Diamantina em 2025, os acordes da programação da edição especial do fHist, intitulada “A História liberta” e realizada entre os dias 24 e 27 de setembro. Sob este guarda-chuva, a edição comemorativa dos 20 anos da UFVJM, aliou com êxito, a reflexão e o debate sobre temas globais, que desafiam a sociedade na contemporaneidade, como o uso irresponsável da Inteligência Artificial e a urgência do combate à desinformação e às fake news, às temáticas regionais, da arqueologia à mineração, que estão sendo investigadas por professores e estudantes da universidade dos vales do Jequitinhonha e Mucuri nas duas últimas décadas.

Durante os quatro dias do festival, mais de 2,5 mil pessoas participaram das 18 atrações gratuitas promovidas na cidade, nas quais pontuaram mesas de debate e palestras, podcasts, feira de livros, entrevistas e prosas com autores, performance poética e sessão comentada de cinema no Teatro Santa Izabel, além de cortejo teatral pelas ruas do centro histórico e de uma emocionante celebração da cultura popular no Mercado Velho, palco da festa de São Cosme e Damião no dia dos santos, 27 de setembro. Entre estas atividades, 14 foram literárias, educativas e de formação, que contaram com cerca de 800 participantes, 290 dos quais beneficiados com certificação acadêmica.

O arquiteto e escritor Flávio Carsalade, presidente do ICOMOS Brasil, a secretária da Criança e da Adolescência do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Pilar Lacerda, a superintendente do IPHAN em Minas Gerais, Maria do Carmo Lara, o coordenador de Difusão de Acervos do Arquivo Público de São Paulo, Guilherme Lopes Vieira, os historiadores Christiano Brito, do Laboratório de Inteligência Artificial da UFF, e Beatriz Kushnir, da diretoria da Associação Nacional de História (ANPUH), foram alguns dos conferencistas convidados, ao lado do antropólogo e divulgador científico Orlando Calheiros, do jornalista Ascânio Seleme, do mestre da cultura popular Pai Ricardo e da advogada Léa Vidigal, entre outros.

Conexões fHist

No fHist 2025, coube ao multiartista e comunicador popular Will Nascimento inaugurar um novo projeto do festival: a “Conexão fHist”, uma série de podcasts abertos ao público, que será disponibilizada no canal do fHist no YouTube. Os professores da UFVJM Marcos Lobato, Marcelo Fagundes, Douglas Satler e Ana Cristina Pereira Lage, bem como o especialista em política cultural Bernardo Novais da Mata Machado e Márcia Melo, liderança da Ocupação Vitória e coordenadora nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), foram os entrevistados da primeira conexão.

Entre as atividades culturais, a performance poética de Nívea Sabino e a pré-estreia do filme “Diamantina – Sons do Tejuco”, do fotógrafo Marcelo Coelho, encantaram a plateia presente no Teatro Santa Izabel. Já nas ruas, o Cortejo Lendas ao Luar, da Cia de Teatro Os Clássicos e do Grupo de Teatro Diamantinense, arrastou a multidão pelas ladeiras da cidade, desde o teatro até a Igreja do Amparo na noite de sexta, 26, enquanto que no dia seguinte, o Terreiro Caboclo Folha Seca, o Ilê de Mamãe Oxum e o Coral Afromirim e Maculelê de São João da Chapada puxaram a Festa de São Cosme e São Damião no Mercado Velho, com direito a um bolo de seis metros para a criançada.

Apresentado pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o fHist 2025 foi uma realização da Stratégia Cultura e Comunicação, com patrocínio do Banco do Nordeste (BNB). O festival contou ainda com as parcerias da UFVJM, da ANPUH e da Prefeitura de Diamantina.